quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

ISABELLA NARDONI

Promotora pede reabertura da investigação do caso Isabella Nardoni

Do UOL, em São Paulo


Reprodução
  • Isabella Nardoni com a mãe, Ana Carolina Oliveira
  • Isabella Nardoni com a mãe, Ana Carolina Oliveira
O Ministério Público do Estado de São Paulo pediu ao DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) que reabra o inquérito policial que investigou o caso da menina Isabella Nardoni, morta aos 5 anos, em 2008.
O pedido foi enviado nesta terça-feira (16) pela promotora Kátia Peixoto Villani Pinheiro Rodrigues. A assessoria de imprensa do Ministério Público confirmou o envio nesta quarta (17).
O pedido é motivado pelo depoimento de uma nova testemunha. Ela denunciou a suposta relação do advogado Antônio Nardoni, avô de Isabela, com a morte da neta.
A testemunha é funcionária do presídio de Tremembé, no interior paulista, onde Anna Carolina Jatobá, madrasta da vítima, cumpre pena.
Em reportagem exibida pelo programa "Fantástico", da "TV Globo", no último dia 7, a funcionária disse que Anna assumiu ter batido em Isabella no carro do casal. Após uma série de agressões, a menina teria ficado inerte no apartamento da família, na zona norte de São Paulo.
Anna e Alexandre Nardoni, pai de Isabella, teriam, então, imaginado que a menina já estava morta. Segundo a testemunha, Anna disse que naquele momento ligou para o sogro Antônio para pedir ajuda. Ele teria sugerido que os dois simulassem um acidente com a menina.
Em seguida, Alexandre jogou a filha pela janela. Depois, teria entrado em estado de choque ao saber que a garota ainda estava viva. Mas Isabella não resistiu aos ferimentos e morreu.
Ouvido pelo "Fantástico", o advogado Antônio Nardoni negou qualquer envolvimento com o crime. A reportagem do UOL tentou fazer contatos com ele e com o advogado Roberto Podval, que o representa, mas não obteve retorno.


Anna Jatobá foi condenada a 26 anos de cadeia; e Alexandre Nardoni, a 31 anos. 


Ampliar

Julgamento do casal Nardoni79 fotos

40 / 79
25.mar.2010 - Pessoas dormem e acampam em frente ao Fórum de Santana, aguardando a reabertura do júri do casal Nardoni Leia mais Rivaldo Gomes/Folha Imagem

Notícias relacionadas


quinta-feira, 11 de setembro de 2014

BANCO BVA - AUTOFALÊNCIA

Banco BVA pede falência na Justiça de São Paulo

A administração do Banco BVA, que está sob liquidação extrajudicial desde junho do ano passado, deu entrada nesta quinta (11) ao pedido de autofalência na Justiça Federal de São Paulo. O pedido será analisado pela 1ª Vara de Falências de São Paulo.
O liquidante do BVA, Valder Viana de Carvalho, concluiu que não há outra solução para o banco além da falência, que será analisada agora pela Justiça. Até que seja decretada a falência, a equipe de Viana seguirá vendendo imóveis e demais ativos em leilão para pagar os credores.
Com rombo estimado em mais de R$ 1,5 bilhão, o BVA ficou oito meses sob intervenção do Banco Central, que tentava vendê-lo para o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, dono da concessionária Caoa e único interessado no BVA. Diante do fracasso das negociações, decidiu pela liquidação extrajudicial.
Editoria de Arte/Folhapress
O Fundo Garantidor pagou cerca de R$ 1,3 bilhão em indenizações para cerca de 5.000 investidores do BVA. Tinha direito às indenizações de até R$ 70 mil os investidores pessoa física que compraram CDBs. Os fundos que compraram títulos com garantia especial (DPGE) tiveram indenização de até R$ 20 milhões.
À época da liquidação, o BVA tinha apenas 0,17% dos ativos do sistema financeiro e 0,24% dos depósitos. O banco tinha sete agências nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Desde a intervenção ficaram indisponíveis os bens dos controladores e dos ex-administradores do BVA, que estão sendo investigados em procedimentos administrativos dentro do BC.
ARRESTO
Em julho, a Justiça de São Paulo decretou o arresto de R$ 1,88 bilhão em bens dos réus envolvidos nas fraudes do banco. Entre os alvos estão imóveis, veículos, aplicações financeiras de Ivo Lodo e José Augusto Ferreira dos Santos, ex-controladores do banco, e do empresário Carlos Alberto Oliveira Andrade, dono da rede de concessionárias de veículos Caoa. No total, são 24 os réus do processo.
Os ex-controladores e ex-executivos do BVA foram denunciados pelo Ministério Público de São Paulo por crimes financeiros que causaram prejuízos a terceiros de R$ 1,5 bilhão. Somando essa cifra com os desvios de R$ 284 milhões a executivos com dinheiros do banco, o rombo foi de R$ 1,88 bilhão. 

sábado, 30 de agosto de 2014

RACISMO E GREMIO


Racismo de torcedora choca amigos negros. Família 'foge' de Porto Alegre
1

Marinho Saldanha
Do UOL, em Porto Alegre

http://esporte.uol.com.br/futebol/campeonatos/copa-do-brasil/ultimas-noticias/2014/08/31/racismo-de-torcedora-choca-amigos-negros-familia-foge-de-porto-alegre.htm

  • Marinho Saldanha/UOL
    Casa onde mora Patrícia Moreira, que praticou por atos racistas contra Aranha
    Casa onde mora Patrícia Moreira, que praticou por atos racistas contra Aranha


VEJA TAMBÉM

Patrícia Moreira era, até a última quinta-feira, mais uma torcedora do Grêmio que mora no bairro Passo das Pedras, zona norte de Porto Alegre. Com 23 anos, a loira jamais tinha dado qualquer indício do motivo pelo qual se tornaria nacionalmente conhecida: atos racistas. Tinha uma vida tranquila, trabalhava prestando serviço à Brigada Militar, com amigos negros e brancos. Até ser flagrada, aos gritos, chamando o goleiro Aranha de 'macaco', no duelo com o Santos pela Copa do Brasil. Hoje, sua casa está fechada, a família 'fugiu' da capital gaúcha, e os mais próximos se dizem chocados.

Mas o perfil de Patrícia desenhado pelos vizinhos e amigos em nada remete a jovem que vociferava contra Aranha. Os gritos de 'macaco', 'macaco', 'macaco', evidentes pelas imagens das câmeras da ESPN, vistas repetidamente no Brasil inteiro, jamais foram direcionados, por exemplo, a seu Pedro, vizinho que mora na casa da frente. A residência amarela, de madeira, da filha, esconde a casa de material construída nos fundos. Local em que Patrícia já esteve, amigavelmente, rodeada por amigos cujo tom da pele é idêntico ao do goleiro do Santos.

"Fiquei chocado [ao ver as imagens], no início não quis acreditar que era ela. Mas vendo que era, eu fiquei muito triste. Ela não é assim. Nunca foi. Conheço desde criança", disse o senhor de 63 anos, que há 60 reside no local. "Comigo nunca teve nenhuma atitude racista. É minha vizinha da frente. Nos cumprimentamos, conversamos, nunca foi aquela da televisão", completou.

Na casa da família, mais uma vez o destino prega uma peça em Patrícia. O vermelho, cor do arquirrival gremista, Internacional, está estampado. E o clube colorado também foi alvo de atos discriminatórios da jovem. Em foto publicada nas redes sociais, já deletadas rapidamente, ela aparecia segurando um macaco de pelúcia, que vestia a camisa do Inter. E na foto, segurando o macaco, ela fazia cara de nojo.

"Eu conheço a Patrícia sim. Ela nunca teve nenhuma atitude racista comigo ou com qualquer pessoa da minha família. É muito amiga do meu filho. Se conhecem há anos. Já veio aqui em casa", disse Miguel Chaves, também negro, vizinho de Patrícia. "Nunca imaginamos aquilo", completou.

Assustada pela repercussão do caso, a família de Patrícia optou por fechar a casa. Segundo relataram vizinhos, estão fora de Porto Alegre para 'fugir' de qualquer contato com a imprensa, mas retornarão para o depoimento. Chamada a prestar esclarecimentos, ela só falará na presença de um advogado, mas estará na 4ª Delegacia de Polícia na segunda-feira, tentando justificar os atos.

Os relatos de depredação da casa da moça são confusos. Entre os populares, ninguém viu o local ser apedrejado, não há registro policial ou mesmo marcas nas paredes. "Eu vi algumas pedras, mas não sei. Não vi atirarem", contou um vizinho que solicitou anonimato. "É uma covardia o que estão fazendo com ela. Estão colocando como se ela fosse um monstro. Não é verdade. Ninguém aqui em casa vai falar nada. Estamos do lado dela", completou.

O bairro, a rua, a vizinhança de Patrícia é, como todo o país, a cara da miscigenação. Brancos, negros, mulatos, índios, pardos, toda etnia possível está presente no local, onde dividem espaço casas de classe média com barracos bastante pobres.

Nenhuma voz se levantou lá contra Patrícia. Amigos negros, são muitos. Todos surpresos, tristes, mas ao mesmo tempo buscando mostrar que ela não é aquela da imagem. "Ela foi pelo momento, no embalo dos outros", finalizou Pedro.

Após confrontarem as imagens do sistema de câmeras da Arena com Patrícia e mais um acusado, a polícia gaúcha poderá abrir inquérito, que prevê julgamento da jovem. A pena para injúria racial vai de 1 a 3 anos de reclusão.

E antes disso as repercussões na vida pessoal já foram fortes. Xingada na internet, ela deletou todos perfis em redes sociais. Foi afastada do emprego como prestadora de serviço ao Centro Médico Odontológico da Brigada Militar. E carregará para sempre o peso do ocorrido naquela noite. Doeu em Aranha, envergonhou os gremistas, mas certamente não passou em branco na vida de Patrícia.

Grêmio faz o que pode

Juca Kfouri

O Grêmio está fazendo o que se espera de qualquer clube decente: identificou, comunicou as identificações à polícia e já puniu os que pode punir, por serem sócios da agremiação.
Mais que isso não pode fazer.
Como não pode ser responsabilizado pelos insultos de cinco cretinos numa plateia com mais de 30 mil pessoas.
Uma coisa é você punir um clube por falha na segurança de seu estádio.
Outra é punir pelo que dizem os frequentadores nos estádios.
Daqui a pouco o STJD vai querer que os clubes botem esparadrapo na boca dos torcedores.
Até porque, se a moda pega, daqui a pouco cinco imbecis torcedores do clube A vestem a camisa do clube B e agem para que este venha a ser punido.
O essencial é identificar os criminosos e puni-los.
O episódio de ontem é suficientemente deprimente para que ninguém queira surfar na sua onda.
Patrícia e seus blue caps já apareceram o bastante para a devida execração pública.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

SILVIO SNTOS E O BANCO PANAMERICANO .



Quebra do Panamericano obriga Silvio Santos a encarar o mundo real

Mauricio Stycer

silviosantos20132
A quebra do Banco Panamericano, ocorrida em 2010, é uma das raras situações que ainda obrigam Silvio Santos a deixar de lado o personagem que conhecemos há décadas, da televisão, e encarar o mundo real. Mesmo assim, obrigado pelas circunstâncias a prestar depoimento à Justiça sobre o rombo de R$ 4,3 bilhões, é difícil decifrar o homem.
Testemunha de defesa de um dos réus na ação penal sobre o rombo, Silvio respondeu às perguntas dos advogados dos acusados, de um procurador da República e do juiz federal que conduz o processo, ao longo de 55 minutos, na última terça-feira (19). Segundo o relato do repórter Fausto Macedo, publicado no Estadão, a sua frase mais repetida foi “não me lembro”.
Numa passagem importante, Silvio reviu uma das declarações que deu em outro depoimento, à Polícia Federal, em 2011, quando disse acreditar que o presidente do banco, Rafael Palladino, era o “autor intelectual, o craque'' da estratégia que levou ao rombo na instituição.
No depoimento dado esta semana, ele disse: “Acho que o Rafael deve ter concordado, mas não que tenha sido o autor intelectual. O cérebro era o Wilson (de Aro, ex-diretor financeiro do banco), esse era até professor de finanças. (…)''. E, falando do executivo escolhido para comandar o seu banco, observou: “O Rafael não é tão competente quanto o Wilson. Não é possível que ele tenha sido o autor intelectual, não creio que ele tenha competência para isso. O Wilson, sim.”
Questionado se havia lido o depoimento anterior, Silvio disse que não se lembrava nem de ter ido à Polícia Federal, muito menos do que disse na ocasião. “Minha memória, a idade…”, suspirou. E o advogado que o acompanhou na ocasião? “Não lembro, advogado sabe menos do que eu. Não é meu costume ir com advogado.''
Indagado se tinha informação que um executivo retirou dinheiro em espécie do banco, o empresário observou: “Falaram alguma coisa disso, que alguém levou R$ 16 milhões para a garagem, um advogado de nome italiano, acho eu. A única coisa que eu soube. É tanta coisa que falam que eu não me lembro.”
E acrescentou esta pérola: “Fui uma única vez no banco. Não me lembro, realmente, quem me disse isso. O que tem de fofoca. Se você vai se preocupar com fofoca é melhor ser funcionário do que ter uma empresa. Fofoca é muito comum em empresa.''
Silvio insistiu em fixar a imagem de um empresário alheio aos próprios negócios, ao ser questionado sobre os pagamentos de bônus para os executivos da instituição. “Não sei, minha função é só animador de programa. Procuro colocar gente competente nas empresas, não me envolvo com as empresas.''
O depoimento segue nesta toada, repleto de “me diziam que”, “me falaram que” e “não sabia”, chegando ao ápice quando o apresentador repetiu não conhecer a própria composição do Grupo Silvio Santos: “Dizem que tem 30 empresas. Eu só conheço três, a Jequiti, que é muito atuante no mercado, a Liderança e o SBT.”
E mais: “Todo mês eu participava de reuniões, tinha o Resultado Geral dos Acionistas. Aquilo ali, ler ou não ler é a mesma coisa. É tanto número! Eu finjo que entendo, é muito número.''

ROGER ABDELMASSIH


http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/08/1504847-neto-de-abdelmassih-diz-esperar-que-o-avo-apodreca-na-cadeia.shtml



Abdelmassih devia aluguel de casa em Assunção

Resultado de imagem para abdelmassih



Assunção - O ex-médico Roger Abdelmassih estava devendo o aluguel da casa em que vivia escondido havia três anos e meio em Assunção, no Paraguai. Ele pagava US$ 5 mil por mês pela casa no número 1976 da Rua Guido Spano, na Villa Morra, um bairro de classe alta na capital paraguaia.

Administrador da imobiliária Saturno, Miguel Portillo, disse ao Estado que alugou a casa há quase quatro anos para um homem que se identificou como Ricardo Galeano. Era essa a identidade falsa que Abdelmassih usaria no Paraguai. Inicialmente, o aluguel era de US$ 3,8 mil, mas com o passar dos anos, foi reajustado para os atuais US$ 5 mil por mês.

A casa pertence, segundo Portillo, a um espanhol. Ele não soube especificar quantos aluguéis Abdelmassih estava devendo. Ainda de acordo com ele, a mulher do ex-médico, Larissa Maria Sacco, identificava-se como Lara Sacco. "Ela nunca assinava os papéis; era sempre o Ricardo (Abdelmassih)."

O casal vivia em Assunção e se dava bem com os vizinhos. A empregada de uma vizinha disse ao jornal O Estado de S. Paulo que o casal costumava passear com as crianças na rua e frequentava à noite o restaurante Uvaterra, na esquina da Rua Guido Spano. Abdelmassih e Larissa mantinham ainda uma babá, que cuidava dos meninos.

Virgílio Carmona, morador de uma casa em frente à alugada pelo ex-médico, confirmou que o foragido morava ali havia mais de 3 anos. Abdelmassih usava um carro da marca Kia para se locomover pela cidade. "Eu não os conhecia bem", disse Carmona. O casal contribuía com 650 mil guaranis (cerca de R$ 500) por mês para pagar o salário do vigia da rua.

A Larissa deixou a casa na noite de terça-feira, dia 19. Antes, prometeu a Protillo que voltaria à Assunção em dez ou quinze dias para quitar a dívida. Pela manhã, funcionários da imobiliária faziam uma faxina na casa. "Não sabia que ele era uma pessoa condenada no Brasil. Vou pedir as chaves do imóvel de volta", afirmou Portillo.




Para compartilhar esse conteúdo, por favor utilize o link


http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/08/1502737-investigacao-de-lavagem-de-dinheiro-levou-a-prisao-de-abdelmassih-diz-promotoria.shtml




WIKIPÉDIA :


http://pt.wikipedia.org/wiki/Roger_Abdelmassih

sábado, 12 de julho de 2014

RAY WHELAN - MATCH.

Será esse o homem que vai derrubar Sepp Blatter?


CEO da Match, associada da FIFA que tem exclusividade de venda de ingressos da Copa, vai ter que abrir o bico
Por ironia Ray foi preso no mesmo hotel que já encantou Rita Hayworth e Marilyn Monroe, a princesa Diana e Mick Jagger! Foto: Conexão Jornalismo
  • sex, 11/07/2014 - 19:30
LinkedIn




Agência Pública, por Andrew Jennings -


 A queda, quase impossível de assimilar, está na expressão perplexa de Ray Whelan. Em apenas alguns minutos, ele despencou do luxuoso Hotel Copacabana, onde desfrutava da companhia agradável dos que mandam no futebol, a um carro de polícia – “Venha por aqui, senhor” – e dali para uma noite em uma cela na 18ª Delegacia de Polícia. Os próximos passos serão um interrogatório, em breve, e quem sabe um julgamento seguido de anos em uma das terríveis prisões brasileiras.
Ray Whelan vai ter que abrir o bico. Ele sabe tudo o que se pode saber sobre a gangue dos ingressos da Copa do Mundo. Ele sabe qual dos dirigentes do futebol recebe as pilhas de ingressos para revender no mercado negro. Ele está no coração desse negócio há quase duas décadas.
E Ray terá que falar sobre a relação íntima entre o presidente da Fifa, Sepp Blatter, e a empresa familiar, controlada pelos irmãos mexicanos Jaime e Enrique Byrom em seu escritório em Manchester, na Inglaterra, que mais uma vez ganharam os contratos para controlar a venda absoluta e exclusiva de todos os 3 milhões de ingressos para os 64 jogos da Copa.
A decisão crucial de quem fica com esse contrato é de Blatter, que gerencia a FIFA desde 1981 – primeiro como secretário geral e a partir de 1998 como presidente. Ele domina o Comitê Executivo e é fartamente recompensado pelo seu trabalho. Tudo que ele decide, eles assinam embaixo. Nos últimos três anos, sete deles tiveram que sair sob denúncias de corrupção. A reputação da FIFA nunca esteve tão suja.
Os irmãos, ambos nos seus 60 anos, recebem as ordens, decidem quem são os sortudos da vez, e dividem grandes lotes de ingressos entre os aliados de Blatter e seus clientes no mercado negro. Daí a FIFA anuncia que ela é “a polícia” dos ingressos, e que vai investigar as vendas “não autorizadas”.
Ray, que completou 64 no ano passado, vive com a irmã dos Byrom, Ivy, na cidade de Stockport, em Manchester. Ray sabe como eles compraram a Match, que vende os ingressos para aquelas caríssimas salas envidraçadas VIPs em todos os estádios “Padrão FIFA”. E o Ray sabe muito bem por que – e como – uma parcela da parte mais lucrativa do negócio foi desviada para o bolso do sobrinho de Blatter, Philippe, que tem 5% das ações da Match.
Por ironia Ray foi preso no mesmo hotel que já encantou Rita Hayworth e Marilyn Monroe, a princesa Diana e Mick Jagger!
Para ajudar os Byrom Brothers e Ray a garantir os serviços de acomodação da Copa, a FIFA lhes deu um empréstimo de cerca de US$ 10 milhões, sem juros, para ser pago em janeiro do próximo ano.
Os investigadores da polícia vão querer saber tudo sobre isso. Não são os mesmo policiais brutais que estão nas ruas do Rio prontos para jogar bombas de gás lacrimogêneo e bater naqueles que protestam contra os gastos da Copa e a corrupção. São trabalhadores sofisticados, investigadores de fraudes, que passaram três meses monitorando a venda de ingressos, interceptando legalmente ligações telefônicas e agora estão expondo a corrupção intrínseca que mancha a FIFA. A prisão de Ray pode ter acontecido porque ele fez alguns telefonemas a mais…
Fabio Barucke, o delegado da Polícia Civil do Rio que está liderando a investigação da ligação entre os dirigentes da FIFA, os distribuidores oficiais de ingressos e as vendas no mercado negro, disse que a FIFA distribui enormes quantidades de ingressos para seus patrocinadores e parceiros, garantindo a escassez de ingressos para o público e incentivando os cambistas. “Só uma pequena parte foi destinada ao povo“, o delegador afirmou em uma coletiva de imprensa na última semana.
Ray Whelan se une agora aos outros 11 detidos na semana passada. O líder Mohamadou Lamine Fofana, de 57 anos, suspeito de liderar a quadrilha desde a Copa de 2002, exibe orgulhosamente uma foto sua com Sepp Blatter no seu site.
Ray não estava ainda no esquema quando os irmãos Byrom entraram no negócio dos ingressos na Copa de 1986 no México. Eles foram favorecidos pelo ex-presidente da FIFA, João Havelange, e o negócio decolou. Estabeleceram uma empresa na Ilha de Mann, e contas bancárias internacionais. Anos depois, Ray se envolveu com a irmã Ivy Byrom, e então se tornou o “terceiro irmão” nessa pequena empresa.
Em 2003, apesar dos problemas em Copas anteriores, Sepp Blatter deu aos mexicanos Jaime e Enrique o contrato para vender ingressos para a Copa do Mundo no Brasil. Eles separaram 450.000 dos melhores ingressos para vender em pacotes de hospitalidade através da famigerada Match para os torcedores endinheirados, incluindo 24 mil para as partidas das Semifinais e 12 mil para a Final.
As regras da própria FIFA proíbem a revenda de ingressos com ágio – o cambismo. Mas nesta semana, ingressos dos pacotes de hospitalidade para a Final podem ser comprados pela internet por US$27.500, e ingressos normais, por US$11.000. Seja quem for que os está vendendo, eles só podem ter sua origem no escritório dos Byrom em Manchester.
2969
Foto: Eny Miranda/GOVERJ
Quem investiga o quê?
Em 2006 os Byroms foram pegos entregando mais de 5 mil ingressos para o vice-presidente da FIFA, Jack Warner, vender no mercado negro. Apesar da quebra escandalosa das próprias regras da FIFA, nenhuma atitude foi tomada contra os Byroms ou Warner.
Por incrível que pareça, eles fizerem tudo de novo na África do Sul em 2010, fornecendo mais ingressos para Warner vender para grandes cambistas do mercado negro internacional. A correspondência confidencial por e-mail foi copiada, descaradamente, para a FIFA e a empresa Infront, de Philippe Blatter. De novo, nenhuma providência foi tomada. Warner teve que sair da FIFA um ano depois por outras acusações de corrupção.
Mas para os irmãos Byrom, a FIFA é um pote de ouro infindável. Em novembro de 2011 os contratos de hospitalidade com a Match foram estendidos até 2023 “após uma avaliação do mercado” pela FIFA.
Disse Blatter: “O acordo fortalece a luta da FIFA contra o cambismo. Graças à sua expertise e sistema de monitoramento, a Match Hospitality está em posição de ajudar a FIFA a adotar procedimentos na venda de pacotes de hospitalidade, impedindo vendedores não autorizados a enganar corporações e indivíduos lhes vendendo esses pacotes”.
Os Byroms anunciaram essa semana que a FIFA pediu que eles mesmos investiguem a revenda de pacotes de hospitalidade.
Um ingresso em nome de Humberto Grondona, filho do vice-presidente da FIFA, o argentino Julio Grondona, foi encontrado à venda em São Paulo. Os dirigentes da FIFA disseram que ele não será investigado porque afirmou ter dado o ingresso, e não vendido.
Uma nota da Match afirmou que a empresa “tem fé” que os fatos irão demonstrar que Ray Whelen “não violou nenhuma lei”.



Copa do Mundo 2014


autor

Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo

segunda-feira, 7 de julho de 2014

REGRAS SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES


Cancelamento automático de serviços de telecom entra em vigor amanhã

Da Redação
07/07/2014 - 13h57 - Atualizada em 07/07/2014 - 16h01


Clientes vão poder cancelar os serviços de banda larga, telefonia e TV a cabo sem falar com os atendentes do call-center. Além disso, as promoções passarão a valer para todos, novos e antigos assinantes
Entra em vigor nesta terça-feira, 8/7, várias das regras de atendimento aos clientes previstas no Regulamento Geral de Direitos do Consumidor de Serviços Telecomunicações (RGC), que aumenta a transparência nas relações de consumo e amplia os direitos de quem utiliza telefonia fixa e móvel, banda larga e televisão por assinatura.
Entre as novidades está a entrada em vigor da oção de cancelamento automático dos serviços, sem que seja necessário falar com os atendentes da operadora. O cancelamento automático deverá ser processado pela operadora em, no máximo, dois dias úteis. Se o cliente quiser, o cancelamento também pode ser efetuado por meio de atendente.
A Anatel espera que a regra torne mais simples para o consumidor cancelar um serviço de telecomunicações. O cliente poderá cancelar seu serviço por meio da internet ou simplesmente digitando uma opção no menu na central de atendimento telefônico da prestadora.
A facilidade para contestar cobranças também começa a valer a partir de amanhã. Sempre que o consumidor questionar o valor ou o motivo de uma cobrança, a empresa terá 30 dias para lhe dar uma resposta. Se não responder neste prazo, a prestadora deve automaticamente corrigir a fatura (caso ela ainda não tenha sido paga) ou devolver em dobro o valor questionado (caso a fatura já tenha sido paga). O consumidor pode questionar faturas com até três anos de emissão.
Confira outros três direitos que começam a valer a partir desta terça-feira.
Validade mínima de 30 dias para crédito de celular pré-pago 
Todas as recargas de telefonia celular na modalidade de pré-pago terão validade mínima de 30 dias. Atualmente, são oferecidos créditos com períodos de validade inferior, o que confunde o consumidor. As operadoras deverão ainda oferecer duas outras opções de prazo de validade de créditos, de 90 e 180 dias. Estas opções devem estar disponíveis tanto nas lojas próprias como em estabelecimentos que estão eletronicamente ligados à rede da operadora (supermercados, por exemplo). O usuário também deverá ser avisado pela prestadora sempre que seus créditos estiverem na iminência de expirar. Os pré-pagos representam 78% da base de acessos móveis do País. .
Promoções passam a valer para todos: novos e antigos assinantes 
Atualmente, muitas operadoras fazem ofertas promocionais (com preços mais baixos, ou mesmo com algumas gratuidades) para captar novos assinantes, mas não oferecem as mesmas condições para aqueles que já assinam os seus serviços. Com o novo regulamento, qualquer um - assinante ou não - tem direito a aderir a qualquer promoção que for anunciada pela operadora, na área geográfica da oferta. Caso já seja cliente, o interessado em mudar de plano precisa ficar atento sobre eventual multa decorrente da fidelização do seu plano atual.
Mais transparência na oferta dos serviços 
Antes de formalizar a contratação de qualquer serviço, as operadoras deverão apresentar ao potencial cliente, de forma clara e organizada, um sumário com as informações sobre a oferta. As empresas devem informar, por exemplo, se o valor inicial é ou não uma promoção - e, caso seja promoção, até quando ela vale e qual será o valor do serviço quando ela terminar. Também devem deixar claros, entre outros pontos, os seguintes: quanto tempo demora até a instalação do serviço; o que está incluído nas franquias e o que está fora delas, e; quais velocidades mínima e média garantidas para conexão, no caso de internet.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

COPA 2014 - ABERTURA

Algumas palavras sobre a festa de abertura...

12/06/2014 20h53
Kindle
Share 
 
Abertura da Copa deixou a desejar (Foto: AG.News)
 
Vou direto ao ponto: achei o estádio bilionário feiíssimo, o balé de abertura de uma pobreza vergonhosa, o jogo bem fraco e cheio de lances duvidosos e essas manifestações atingindo jornalistas, uma selvageria. O fato de a Copa não ter tido um discurso de abertura foi bizarro, um ato covarde. Não falo apenas da presidente Dilma, mas do capo da Fifa, Joseph Blatter, o verdadeiro dono da festa. É como se fôssemos à festa de alguém e o anfitrião nos desse as costas.

O Brasil sabe fazer espetáculos grandiosos sem buracos. A quem interessar possa entre os gringos desses eventos internacionais, selecionei algumas inspirações - e olha que o corpo de baile vai para o palco praticamente sem ensaio. São elas: Parintins, Sambódromo do Rio, carnaval de Olinda e as festas juninas de Campina Grande. Todas elas são grandes disputas em que conta uma coisa chamada evolução. Um buraquinho no palco e a escola, a quadrilha e o boi são desclassificados.
Claudia Leitte, que bateu um boão, e J-Lo (Foto: AG.News)
 

Claudia Leitte foi, sim, um ponto alto nessa apresentação capenga. Estava bonita, esbanjou simpatia e levantou o público. Deixou J-Lo – cheia de problemas na vida amorosa – bem apagada, e ainda soube conduzi-la no palco, como anfitriã local de uma gringa que não entendia muito seu papel na festa. Sobre o playback, basta dar uma olhada nas outras festas de abertura para saber que ele é absolutamente normal, com algumas intervenções ao vivo dos cantores. Não é um show de música, mas um show pictórico.

Aliás, festas de abertura de Copas do Mundo nunca são lá essas coisas – as dos Jogos Olímpicos é que são. Lembro bem da Copa da França, com um belo desfile do Yves Saint Laurent, mas a plateia do estádio ficou meio sem saber o que estava vendo. Desfile de moda e futebol nunca lá foram muito ligados... pelo menos até surgir o David Beckham. Mesmo assim, a nossa ficou muito aquém do que poderia ser e do que nossas mentes criativas – e como existem no Brasil – são capazes de fazer.
A minha única emoção neste jogo foi a plateia cantando o hino até o final, depois da interrupção protocolar da música. E achei que o fato de um paraplégico chutar uma bola com seu exoesqueleto ganharia maior destaque no show – quem não estava por dentro do assunto (boa parte das bilhões de pessoas que assistiam à festa pela TV) ficou sem entender nada. Que esta ideia prospere, cresça, se alastre e esteja ao alcance de quem não puder pagar. A dívida deste país com os portadores de deficiência é abissal. Falo com conhecimento de causa, de quem já manteve uma escola/ ONG com 100 portadores de múltiplas deficiências. Este exoesqueleto é um gol que precisamos marcar.
Tomara que tenha sido apenas um começo com o pé esquerdo. Respeito opiniões divergentes, mas esta é a minha, o que não me impede de dizer: Viva o Brasil, porque eu amo e torço pelo meu país dentro e fora dos gramados. E estou feliz com a nossa vitória. Rumo ao hexa!