domingo, 21 de abril de 2013

MASSACRE DE 111 PRESOS DO CARANDIRU

Advogada de PMs diz que recorreu da sentença; para ela, condenação não é a "vontade da sociedade"


Janaina Garcia e Gabriela Fujita
Do UOL, em São Paulo

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Julgamento do massacre do Carandiru10 fotos

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21.abr.2013 - Ieda Ribeiro de Souza, que defende os 23 PMs condenados a 156 anos de prisão pelo massacre do Carandiru, em 1992, afirmou que já recorreu da decisão do Tribunal do Júri, divulgada na madrugada deste domingo (21). Em entrevista aos jornalistas logo após a leitura da sentença, no Fórum da Barra Funda, zona oeste de São Paulo, ela disse que viu "com muita frustração" a decisão dos jurados Edson Lopes Jr./ UOL

A advogada Ieda Ribeiro de Souza, que defende os 23 PMs condenados a 156 anos de prisão pelo massacre do Carandiru, em 1992, afirmou que já recorreu da decisão do Tribunal do Júri, divulgada na madrugada deste domingo (21).
Em entrevista aos jornalistas logo após a leitura da sentença, ela disse que viu "com muita frustração" a decisão dos jurados. "Foi uma decisão por maioria de votos, na verdade por diferença de um voto, e isso não reflete a vontade da sociedade brasileira. Não é essa a vontade da sociedade brasileira."
A advogada informou ainda que "o recurso já foi interposto", ou seja, que já comunicou seu interesse em questionar a sentença. "Na minha defesa nada deu errado. São sete jurados que decidem, não tenho condição de controlar o entendimento de nenhum deles."

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Massacre do Carandiru52 fotos

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Movimento na Casa de Detenção do Carandiru. Presos do pavilhão 9 passam número de telefone para duas mulheres do lado de fora do presídio Leia mais Evelson de Freitas / Folha Imagem
Sobre a possibilidade de uma anulação, ela respondeu: "Eu acredito que é possível a anulação do julgamento sim porque há uma decisão manifestamente contrária à prova dos autos. Eu não posso ter um crime qualificado quando eu tenho policiais nessa tropa feridos".
Questionada sobre a absolvição do coronel Ubiratan Guimarães em 2006 e sobre a presença do ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho e do ex-secretário de Segurança P Pedro Franco de Campos como testemunhas no julgamento, a advogada respondeu: "É um despropósito jurídico, e infelizmente eu posso dizer que esse é o cunho político do julgamento, que é exatamente o que eu nunca quis."
Inicialmente, os réus eram julgados pela morte de 15 presos. No entanto, a Promotoria pediu a retirada de dois homicídios do processo porque os presos tinham ferimentos por arma branca e não por tiros. A pena para cada um dos PMs foi dada com base no mínimo de anos previsto no Código Penal para homicídios, que é de 12 anos --número multiplicado pelo total de mortes.

Veja vídeos sobre o caso do massacre do Carandiru - 12 vídeos




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