segunda-feira, 29 de março de 2010

REPORTER POLICIAL.


Entrevista na íntegra com o repórter policial

NOME: ROBINSON CERANTULA
PROFISSÃO: JORNALISTA POLICIAL
LOCAL DE TRABALHO: REDE GLOBO
IDADE: 43 ANOS

1. Quais os motivos que o levaram a trabalhar com a violência? Foi por escolha própria?
Foi a vida que acabou levando, quando agente começa no jornalismo agente não sabe à que você irá tender, ninguém começa na profissão sabendo realmente o que quer. A profissionalização só vem com o tempo, primeiro você começa fazendo tudo, fazendo geral, aí depois com o tempo eu fui caindo para reportagens policiais e matérias investigativas. O que eu gosto de fazer é de ter desafios na vida, de pegar casos aparentemente difíceis de desvendar, aí você começa a recorrer para literatura, pesquisa e vai montando o quebra-cabeça até você conseguir estabelecer, até você descobrir o que estava atrás.

2. Quais os requisitos básicos para ser repórter policial?
Para ser jornalista você precisa ter acima de tudo vocação, o resto você corre atrás. As vezes você tem uma deficiência por exemplo na escrita, na língua que você tem que ter um certo domínio, você tenta se aperfeiçoar através de literatura de livros e de trabalho. No caso do jornalismo investigativo agente recorre à tecnologia, então agente usa a câmera comum, aquelas de longa distância, lentes duplicadoras, se amarra microfone, vai lá e tenta levantar as coisas e em último caso se usa também a micro-câmera, somente em circunstâncias extremas. Quando você não consegue trabalhar com a câmera comum mesmo, pra comprovar e tendo certeza que está ocorrendo alguma irregularidade você acaba recorrendo à esse equipamento que é muito útil na investigação. O principal "equipamento" é sua determinação, a sua pesquisa, levantar dados, saber o histórico da pessoa.

3. A área atual do seu trabalho foi sempre a mesma?
Não, no começo da carreira eu comecei como rádio-escuta, eu trabalhava numa central informativa, agente passava o dia ouvindo rádio e falando com a sala de imprensa da polícia, sala de imprensa do palácio para saber o que estava acontecendo, levantava informação para a sala do chefe de reportagem e ele acabava designando um repórter para cobrir. Então normalmente quando você começa nessa carreira você inicia na central informativa, depois eu passei pra pauta, que é um lugar que agente produz a reportagem. O dia-a-dia é muito dinâmico, quer dizer, eu acabei de chegar aqui já me ligaram, já tenho uma entrevista coletiva no DEPATRI, que é outro setor da polícia, que cuida dos crimes contra o patrimônio, é diferente daqui, o coração deste prédio é o DHPP, que cuida de crimes contra a vida, atentados, homicídios, desaparecimentos, cada andar é praticamente um setor, fora isso eu também trabalhei com esportes, com cidades, mas aí as circunstâncias foram me empurrando para esse setor policial que é inclusive um setor que não é todo jornalista que gosta de trabalhar, pois se lida com muita desgraça, muito drama, muito crime contra a vida.

4. Descreva a sua rotina de trabalho.
Não tenho horário para entrar, as vezes eu estou em casa de manhã com o plano de entrar pro trabalho mais à tarde, aí pinta uma situação mais cedo, daí eu tenho que ir pro local, então não tenho uma rotina, eu estou com vocês aqui, daqui a pouco posso pegar o carro e ter que ir para o interior, tem vezes que até fico num hotel e volto no dia seguinte...as vezes quando é um caso maior agente se programa, vê o que precisa, leva o equipamento adequado, vai para um outro estado pra ficar 7, 8 dias, mas acaba ficando 15 dias...as vezes sai fora do país, depende da circunstância. Eu já fui até pra China em Hong Kong, fazer uma matéria investigativa para desvendar como funciona todo esquema da pirataria de Cd.

5. Quais são os casos mais freqüentes de violência?
Estupro, nós estamos fazendo uma investigação, analisando o perfil do estuprador, da vítima, como se pode evitar, vamos destacar uma coisa também muito interessante: um trabalho de recuperação da vítima que o Estado oferece. Existe um projeto chamado "Bem-me-quer ", as vítimas são encaminhadas para o hospital Pérola Baiton, é feito um exame de corpo de delito, oferecem um coquetel anti-aids, medicamentos abortivos, tomam esses remédios para evitar doenças venéreas, AIDS. Nós temos aproximadamente 2000 mil casos de estupro por ano, nos mais variados locais da cidade, não só na periferia, mas também nos mais variados lugares de classe alta. Já entrevistei casos de meninas de 15 anos que foram estupradas, elas ficam com a fisionomia arrasada, você tem dificuldade na entrevista pois não pode expor a vítima porque ela sofre uma discriminação muito forte. Me deparei também com uma criança de nove anos que foi estuprada, filha de um policial militar, foi um adulto que a estuprou, pegou na rua. Esses casos mexem muito com o emocional, mas é nessas horas que percebemos o nosso compromisso com a função social, o jornalista tem que ter essa conciência, não podemos explorar essa tragédia, não ficar noticiando que a sociedade é violenta, mesmo por que isso todo mundo já sabe, mas sim de fazer alguma coisa para mudar essa realidade, para melhorar essa situação. Na mídia temos programas jornalísticos como por exemplo o "Cidade Alerta", "Linha Direta" que exploram muito esse aspecto da violência que tem o objetivo de conseguir a audiência, são programas extremamente questionáveis que na minha visão não contribuem para nada muito pelo contrario, acabam disseminando e banalizando a violência, a morte na sociedade está banalizada, por exemplo, existem cerca de 50 a 60 homicídios por semana. Então, de acordo com dados, a cada dois anos nós temos uma guerra do Vietnã,onde morreram cem mil pessoas . O perfil da vítima é sempre o mesmo: jovem, entre 18 e 23 anos, branco, escolaridade média e a maioria dos homicídios.

6. Trabalhar com a violência é uma profissão de risco. Como você se sente perante a essa realidade?
Tudo na vida tem um risco. Nós que trabalhamos com a violência as vezes somos ameaçados, mas o que podemos fazer?! Quando você tem convicção do que você está fazendo, se você tem medo, você tenta dominar e controlar o mesmo. Quando nós usamos a micro câmera ficamos em uma situação super vulnerável por que nós trabalhamos, na maioria das vezes, sem a proteção da policia, então você acaba colocando em risco a sua vida mas você faz tudo porque acredita que através da denúncia mudará a situação, alterará o quadro,quando se acredita, não se mede esforços.

7. Sua profissão já provocou uma grande exposição sua e de sua família ?
Já, é assim : Como já estou à 18 anos na profissão, eu já cobri muitos casos, então no bairro onde você mora as pessoas acabam te reconhecendo, então por mais que você tente ficar no anonimato, às vezes pegam uma imagem sua; assina matéria; aparece seu nome na televisão isso acaba te expondo. Quando nós voltamos de Hong Cong, descobrimos que uns chineses vieram ao Brasil para tentar saber quem estava por trás dessa matéria e eu, o Marcelo Resende que era o repórter e o cinegrafista George São Lorenze, eles foram para o Paraná, por estarem sendo ameaçados, os chineses estavam rastreando onde moravam os profissionais que foram na China, que ridicularizaram os acusados, nós gravamos os caras negociando como faziam a aprensagem do Cd e tudo isso, eu acabei optando por ficar aqui porque eu achei mais seguro continuar trabalhando, os outros acharam por bem, não, e então saíram fora com a família. Eu achei mais prudente continuar, inclusive alardeando que eu continuava trabalhando, porque o que você mais teme são as pessoas que estão à sua volta, a sua família, são eles que você tem de preservar, agora, para nós é um risco que você paga, ou você faz ou não faz. Se você achar que não pode controlar o medo, aí não tem como fazer, agora, do contrário, você vai, faz e banca, corre o risco. No caso dos Cds piratas ( Hong Cong ) os jornalistas ficaram dois meses escondidos, depois retornaram, abaixou a poeira e esquecemos o caso, mas recebemos diversos telefonemas ameaçadores, mas são vários casos de ameaça, por exemplo: Sou testemunha de três pessoas acusadas de corrupção, sou testemunha de acusação, fui no Fórum e o advogado delas insinuou que estava sendo muito valente e eu entendi naquelas entrelinhas que era uma ameaça que ele estava fazendo, eram policiais.

8. Você já sofreu algum tipo de chantagem?
Chantagem não, as pessoas já tentaram me corromper, para não colocar uma matéria, dando alguma coisa de vantagem, então eu como jornalista tento também gravar aquele momento e uso junto da reportagem essa tentativa de corrupção. Isso já aconteceu várias vezes, quando você está em uma investigação, a pessoa não sabe e depois acaba descobrindo e propõe algum acordo, então você pra se preservar grava isso, aí vai tudo pro ar.

9. Qual o caso que mais lhe chocou?
São muitos casos: Eu já estive em um local de sete pessoas assassinadas nesse lugar, uma chacina múltipla, já estive em contato com vítimas de estupros, que é uma situação muito complicada, ver a situação dessas mulheres, é muito forte, choca muito, o que mais me toca são os crimes contra a vida; como exploração de mulher, trabalho escravo, eu estive trabalhando numa situação em que estava denunciando trabalho escravo em Londres.

10. Como é o relacionamento no seu ambiente de trabalho? Como é lidar com autores e vítimas?
Lidar com autores e vítimas é muito complicado, você acaba se envolvendo muito com a vítima e se solidarizando, não tem como fazer um trabalho frio e se distanciar das pessoas, então você acaba entendendo o lado da vítima. O bom jornalista não precisa conseguir uma entrevista mentindo ou à qualquer custo, então você tem que sempre pensar na vida das pessoas. Semana passada eles prenderam um fiscal em Pinheiros, estava extorquindo um comerciante, eu fiz um contato com ele e ele não queria aparecer e agente tem que respeitar a vontade das vítimas, das pessoas e acabamos fazendo a matéria sem citar o nome dele, na tentativa de preservá-lo. Mesmo que a reportagem fique difícil de fazer ou de entender seria melhor que estivesse com a vítima, mas tem que respeitar a individualidade das pessoas. No caso dos autores, por exemplo, na Globo tem algumas restrições, algumas regras: Eu não posso ficar entrevistando criminoso, ladrão, porque a Globo tem restrição de colocar entrevista de bandidos no ar, então agente faz contato às vezes, levanta informação e procura tirar dele o que te interessa, lidar com o cara é complicado, você não pode tratar o criminoso com revolta, ele é um ser humano também, você tem que tratar com respeito, mesmo sabendo que ele cometeu uma injustiça muito grande, é a postura, a ética; isso você sempre tem que ter. Eu acho que acima de tudo no jornalismo e na vida tem que tratar bem as pessoas, tratar o próximo com amor, por pior que o que ele faça e seja para a sociedade.

11. Você já foi vítima de algum tipo de violência?
Claro! Já fui assaltado, já tive carro roubado, numa cidade como a nossa, acredito que não exista alguma pessoa que não tenha sido vítima da violência.

12. A falta de segurança, a brutalidade dos policiais vem gerando pânico e insegurança na população. Como você enxerga essa realidade?
A questão da violência dos policiais, isso é praticamente uma cultura. Nós viemos de um regime militar da década de 70 onde a tortura era instrumento de investigação e até pouco tempo atrás e ainda hoje a polícia usa tortura para investigar, mas mudou muito: Tortura muito menos, bate muito menos. Então, eu enxergo o policial hoje não com um preconceito de que todo policial é torturador, bandido, truculento e violento. Eu respeito o policial, mas nós temos conhecimento de alguns policiais que usam esses métodos violentos para trabalhar, para investigar, que eu abomino, que eu repudio e não concordo, mas eles também são frutos de um meio, que antigamente se chamava "Cultura do Pau", tudo era à base da porrada, nesse prédio mesmo, houve um delegado chamado Sérgio Paranha Fleury que morreu afogado, tem até um livro do Percival de Souza que se chama "Autópsia do Medo" que conta toda a história, que envolveu a polícia no período mais truculento que foi na década de 70 e 80, onde a polícia civil, através do DOP investigava ações criminosas, além dos homicídios investigavam crimes políticos e usavam métodos como tortura, batiam mesmo e esse livro retrata bem aquela época e existe, na minha opinião resquícios até hoje na corporação, tanto na civil quanto na militar.

A imagem da polícia é muito ruim hoje em dia, só que você não pode generalizar, existem bons policiais, policiais sérios, eu acho até que a maioria é séria, mas como em toda profissão tem os maus policiais, os que roubam, que cometem extorsão, porém ao mesmo tempo tem policiais que também fizeram excelentes trabalhos apenas com a vocação e com o empenho, porque o Estado não dá muitos meios para eles trabalharem, que possibilitou de eles terem esclarecido crimes, de terem se dedicado. Então hoje a polícia mudou muito, mas ainda tem que evoluir.

Uma coisa é certa, a corrupção não existe só no Brasil, a polícia brasileira é corrupta, a polícia americana é corrupta, polícia de primeiro mundo é corrupta, é truculenta, o policial americano e o militar são truculentos, agora do jeito que está a criminalidade não dá pra você defender por exemplo uma polícia truculenta, mas do jeito que está a sociedade todo mundo é vítima da violência, até a polícia. Se você for chegar num local de tráfico pedindo "licença", "por favor", você não vai conseguir nada, você tem que chegar junto, agora você não pode ficar arrebentando porta, você tem que preservar, precisa de um mandato policial, pra entrar numa casa você tem que ter o mandato de busca e apreensão, pra você prender uma pessoa você tem que ter ordem de prisão ou prisão em flagrante. Hoje o policial não está fazendo como antigamente, "dando porrada à torto e a direito", hoje ele esta mais controlado. Não quero justificar a violência dos policiais, mas vou só citar um exemplo:

Tem um traficante chamado Wallace da Silva, ele foi preso semana passada, teve uma tentativa de resgate no Tabelião de Pinheiros, eram comparsas dele. Esse cara é um traficante que fazia todo o trabalho social, distribuía cesta básica, enfim...Ele tinha 28 barracos para se esconder na favela, ele pulava de um para outro quando a favela era cercada. Os policiais depois de inúmeras tentativas acabaram prendendo o Wallace. Eles cometeram muitas arbitrariedades para prendê-lo? Acredito que sim. Eu acho que seria muito mais trabalhoso prender se eles fossem pedir um mandato, existe uma diferença entre o que deveria ser o "ideal" e o que é a realidade. A realidade é muito dura, o "ideal" deveria ser tudo com investigação científica. Outro exemplo que eu posso dar é de um laudo de uma menina que foi assassinada, o laudo foi pedido em setembro de 2000 e saiu apenas em março de 2001, perceba quanto tempo demorou para o legista confeccionar o laudo, nisso a polícia ficou amarrada, precisando desse lado, então as coisas acabam sempre estourando nas mãos da polícia, que é a vidraça mesmo da sociedade, mas eu acho que a justiça tem muita responsabilidade nessa nossa situação de impunidade, nesse estado de anomia.

A violência está em todo lugar, até na escola, tem muitos casos de gangues, de tráfico, o tráfico está na porta de qualquer colégio. Se eu for lá eu compro cocaína, se eu passar um dia em frente à porta do colégio de vocês eu descubro quem vende, quem compra drogas, mesmo estando rodeados de seguranças.

13. Se você pudesse escolher novamente sua profissão você escolheria a mesma?
Jornalismo policial é o que eu sei fazer, é o que faço com dedicação. Eu não mudaria de profissão e eu faria tudo de novo. Confesso que já tive vontade de desistir, eu me pergunto todo tempo se isso tudo vale a pena, pois é muito difícil e duro. Todo mundo se questiona profissionalmente num determinado momento, mas eu acho que eu preciso ainda terminar o meu ciclo, o meu período. Pode ser que eu mude, acabe indo pra outra área, mas por enquanto eu acho que eu tenho que fazer mais algumas coisas. Eu tenho comigo uma missão e vou prosseguir. Eu acredito no que faço, isso é o mais importante na vida, acreditar que você está contribuindo socialmente para reverter esse quadro. Toda profissão tem sua importância; o jornalismo, a polícia, todos têm sua importância. Eu acho que a polícia cumpre um papel social importantíssimo, agora o bom policial; o bom jornalista, não há dinheiro que pague. Entrar de cabeça naquilo em que você acredita é fundamental para mudar esse mundo.

14. O que você diria aos jovens que tem o ideal de combater a violência nessa área?
Eu acho que "entrar de cabeça", eu acho que é possível reverter esse quadro, mas é necessário você assumir um compromisso, cada um tem que fazer sua parte, não pode ficar esperando tudo do governo, nós também temos responsabilidade nesse quadro,não é por causa da incompetência e da inoperância do governo que a gente deve deixar de fazer as coisas.A gente tem que começar a agir, até mesmo na escola você tem que combater, mesmo que você fique segregado, mesmo que isso tenha um custo, mesmo que você apanhe, mesmo que corra risco de vida.Tudo na vida tem um preço, tem que acreditar. Eu quando estudava, era na periferia da cidade, era uma escola extremamente violenta, tinha problemas de brigas, de pau e no entanto eu estudei lá 3 anos e eu achava e acho ainda que eu consegui mudar alguma coisa na escola. Eu me envolvia em trabalhos sociais, participava de teatros, vivia no meu cristianismo, eu acredito muito no amor e na transformação, só o amor pode transformar essa sociedade; acredito muito nesse esquema de trabalhos solidários, comprometimento, não acredito muito nessas coisas assistencialistas, às vezes agente tende muito à isso, fazer campanhas de apoio...Acho que nós já saímos desse momento, a situação pede outras soluções, não pode ficar dando comidinha; esses trabalhos assistencialistas, não resolve. Eu acredito hoje num trabalho voluntariado em que você se doa para mudar aquela pessoa que não teve acesso, então você precisa promover socialmente as pessoas menos favorecidas, porque o Estado não está cumprindo seu papel, a escola pública por exemplo: está defasada. Mas você pode ir no seu bairro de repente e fundar uma biblioteca com doação, com campanha de livros; para possibilitar o acesso à leitura para que não tem nada; você pode formar um grupo de consciência de estudo, ou uma escola, ou uma sala no bairro onde você mora, por exemplo: Eu procuro muito me engajar nos trabalhos de minha Igreja, eu sou católico, procuro me engajar nos trabalhos sociais. A iniciativa tem que partir da gente, não é possível mudar a sociedade esperando que o Governo ou a polícia façam alguma coisa.

15. Quais as habilidades, capacidades; o que é essencial para o indivíduo trabalhar nessa área?
É difícil falar de habilidades e capacidades, existem pessoas que são mais ágeis, mais espertas, pensam mais rápido que outras, tem mais talento, que penso ser uma qualidade individual, mas o que eu gostaria de destacar para o indivíduo trabalhar nessa área de jornalismo é a perseverança, é a força de vontade, isso é o mais importante de tudo. Eu por exemplo sempre estudei em escolas públicas ruins, entrei na quarta lista da faculdade, hoje sou jornalista de uma grande rede de televisão, graças à minha perseverança, o resto agente corre atrás, por exemplo, a dificuldade da língua, da escrita, se você tiver determinação, você supera suas deficiências. Agora, se você esperar que as coisas caiam do céu, você pode ter a melhor formação, capacidade, pode ser brilhante, mas se você for meio acomodado, vagabundo, você não vai chegar à lugar nenhum; porque a sociedade agora, do jeito que estamos vendo, só terá lugar para as pessoas que têm talento, mas que tem vontade. Você tem que perseguir seu ideal, se não estiver acreditando naquilo que você faz, pare de fazer, procure aquilo que você acredita. Se você se acomodar naquilo que você sabe fazer, você perde para aquele que não sabe, mas tem a determinação.